Queridinho na nossa mesa, o bolo de fubá, quem diria, virou peça de museu
Quem poderia imaginar que existe design além de luminárias, móveis, carros. Pois aquele bolo que você faz, em forma de buraco no meio ou aquelas mais elaboradas, de um ou mais andares também exibem um design muito particular. E o bolo, este artigo presente nas nossas vidas em todos os momentos ganha uma exposição no próximo sábado (12), como parte da Design Week. O sabor escolhido para mostrar toda a criatividade de chefs e confeiteiros foi o bolo de fubá, onipresente nas mesas brasileiras, das mais ricas às mais pobres, fazendo par perfeito com um cafezinho preto.
Lucas Corazza, apresentador do programa Que Seja Doce, Carlos Ribeiro, do restaurante Na Cozinha e Helóisa Bacellar, do restaurante Lá da Venda serão alguns dos chefs que irão contar suas histórias e apresentar criações inusitadas que poderão ser degustadas pelo público. A mostra acontece na Bienal do Ibirapuera a partir das 14h.
O bolo de fubá também é daquelas receitas tipicamente brasileiras que cada pessoa tem a sua.
Quando eu era adolescente, entre um intervalo e outro da Sessão da Tarde, lá ia eu para a cozinha preparar um bolinho rápido para o lanche. Minha receita consistia em misturar um pouco de milharina, ovos, manteiga, farinha, açúcar e fermento. Misturava na mão, sem batedeira. O resultado era um bolinho simplérrimo, que minha mãe odiava. Eu adorava e comia meio tabuleiro sozinha.
O mais tradicional nas nossas mesas é o bolo de fubá simples, que pode ter ou não a companhia de erva-doce. O cremoso, por alguma reação química (ou milagre dos deuses mesmo) mistura o melhor dos mundos: uma camada fina de bolo mais durinho e sobre ele um creme delicado, quase feito um pudim. A combinação com goiabada, picadinha ou com calda também já virou um clássico na nossa doçaria.
No Nordeste, o bolo feito com os flocos de milho é perfeito para o café da manhã. E acredite se quiser, tem até bolo gelado de milho minha gente!
Engraçado ver como a receita muda em cada lugar do mundo. Nos EUA, ele é conhecido como Corn Bread: a massa é densa e assemelha-se a um bolo mais seco. Típico da culinária negra, acompanha pratos salgados, como costeletas, feijão e verdura. Na Europa, o milho e consequentemente seus derivados, foram por muito tempo considerados comida de pessoas humildes, já que o cereal era usado para alimentar animais. Foram os italianos que mudaram essa fama: ao criarem a polenta, grão ganhou outro status. No Reino Unido, os Polenta Cakes são famosos: a massa é feita não com nosso fubá, mas com a farinha usada na polenta italiana e a receita pode levar um toque de limão, amêndoas moídas, laranja, tomilho ou o que a imaginação mandar.
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Estranho? Para nosso paladar comum talvez. Mas como cozinheiro que é cozinheiro deve tentar de tudo, eu se fosse você apostaria em novas combinações. E se não gostar, dá sempre para voltar para o tradicional. É tipo voltar para casa.
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